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  • Emilly Stahl

Questione

Atualizado: 16 de jun. de 2020


Questionar é não se acomodar. Não se limitar. Não escolher verdades absolutas. Questionar é descobrir lá fora, e muitas vezes bem aqui dentro, um universo cheinho de possibilidades. 


Parece tão simples, não é? Mas muitas vezes, questionar certos hábitos, crenças ou simplesmente porque fazemos o que fazemos, nem passa pela nossa cabeça. 

Seja uma crença enraizada, cultural, tradição, ou porque simplesmente fizemos algo de certo modo a vida inteira, não significa, necessariamente, que essa é melhor forma de fazê-lo, ou que ainda faz sentido fazermos da mesma forma, ou não sabemos se é a forma que mais nos faz feliz por exemplo. 


Um exemplo sobre mim, foi quando comecei a questionar a minha alimentação, porque eu comia o que comia, se sempre comi assim e se isso ainda fazia sentido na minha vida hoje.

Conheci algumas pessoas ao longo da vida que eram vegetarianas, até aí ok, vida seguiu e não acendeu uma luzinha aqui dentro. Não sei te dizer ao certo uma única coisa que começou a virar minha chavinha, mas me lembro que tudo mudou mesmo quando comecei a me observar, prestar atenção e a pensar porque sempre comi carne a vida inteira e se isso ainda fazia sentido. Só quando me questionei comecei a relembrar momentos, observar e perceber que eu poderia ter me tornado vegetariana ou ter diminuído o consumo há muito tempo e que isso já não fazia sentido pra mim. Percebi que há muitos anos eu já tirava o hambúrguer quando estava no meio do lanche (e por que eu precisava continuar pedindo o lanche com hambúrguer?), desde criança eu queria comer panquecas só a massinha sem a carne, entre outras coisas que fica para um blog específico sobre esse assunto. O ponto aqui é que quando me questionei, saí da tradição da minha família e da crença de que o no meu prato sempre tinha que ter arroz, feijão e mistura (mistura na minha família significa qualquer coisa que inclua carne que você mistura com arroz e feijão e compõe sua refeição completa), foi quando percebi que isso não fazia mais sentido pra mim, e seria mais leve e eu seria mais feliz se pudesse começar a mudar meus hábitos alimentares. 

Esse foi só um exemplo, dentre inúmeros que eu poderia citar. O ponto é, questione. A gente não precisa aceitar nossas verdades, nem a dos outros, como verdades absolutas. Vamos nos permitir nos questionar, aprender, experimentar, mudar de ideia, se transformar, evoluir. 

Nós podemos quebrar crenças limitantes, podemos quebrar uma tradição que não cabe mais e não faz sentido, podemos fazer diferente dos nossos pais se encontrarmos um jeito melhor para nós mesmos. 


Às vezes também pode acontecer de ficarmos tão apegados com um “eu” do passado, que achamos que precisamos gostar das mesmas músicas, frequentar os mesmos lugares, e ser amigos das mesmas pessoas para sempre, pois acreditamos que isso “é quem somos”. Mas devemos nos lembrar que tudo flui, como um rio, que você já deve ter escutado alguém dizer “não podemos tocar nas mesmas águas de um rio duas vezes”, estamos todos em constante mudança, deixe-os fluir, evoluir.

Não há nada de errado saber de cor e cantar Sandy & Junior até hoje, preservar amigos de uma vida inteira e perceber que eles te fazem tão bem que o sentimento e o compartilhar dessa vida só se engrandece ao longo do tempo. Porém, tá tudo bem se algumas coisas já não mais fizerem sentido pra você, que a sua playlist favorita mudou de gênero, que as conversas já não batem mais tanto com alguns amigos, ou que você preferiria frequentar outros tipos de lugares. Tá tudo bem, de qualquer forma. 

O que não está bom e não flui, é aceitar a inércia que te paralisa de fazer algo diferente do que você está acostumado, por não se questionar, por não se perguntar o que de fato te faria se sentir bem, o que iria de encontro com seus valores, o que te faria sorrir de verdade, deixaria de coração tranquilo e o faria feliz. 


Se questionar é se conhecer, é ir um passo a mais de encontro com você mesmo e na direção do que faz sentido pra você. 


Emilly Stahl


 

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